Bom dia Allurettes (ou, pelo menos, quando comecei a escrever o post ainda se dizia bom dia - às dez da manhã num domingo no Starbucks Chiado. Bom dia, concordamos?)
Como sabem ontem foi o Fashion Bleeting, um evento que juntou mais de 100 bloggers nacionais e que contou com palestras dadas pela Susana, do Stiletto Effect, pela Mónica Lice, do Mini-Saia, pelo Pedro Crispim - não só é blogger, como já foi modelo e, neste momento, dirige com a conceituada maquilhadora Sandra Almeida, um projecto chamado Atlier SP - Styling Project em que passam os seus conhecimentos a quem os queia aprender - e pelo Paulo Faustino, que nos ensinou a fazer dinheiro com o nosso blogue.
Adorei todas as conferências. Em relaçãos às bloggers, é muito interessante ver como são pessoas muito acessíveis e simpáticas (e que sabem MESMO falar - acabou o estereotipo das pessoas burras da moda!!). O Pedro Crispim foi uma muito agradável surpresa! A melhor palavra para o definir é inspiração! É capaz de ter sido o que falou mais, mas o tempo passou a correr e cada coisa que ele nos dizia/ensinava era vinda de si e do que ele pensava. Nada de “montagens para parecer”. Ele é, e pronto!
A palestra de fazer dinheiro do blogue foi muitíssimo interessante. Sinceramente, ainda estou muito na dúvida acerca de colocar ou não essas estratégias em prática. Algumas vou colocar certamente, mas outras... É que isto tem dilemas, como todas as coisas! Até que ponto é que, a partir do momento em que ganhar dinheiro com o blogue, não vou perder o intuito quase instintivo e espontâneo deste meu espaço? Parece-me um pouco como vender a alma...
Uma das coisas que queria fazer hoje era explicar-vos como tudo surgiu. Talvez assim eu consiga perceber (e explicar) até onde quero ir com o Allure e me possam ajudar e dar a vossa opinião :)
(o local de trabalho - '?)
Os organizadores - Pedro Portela e Sara Sá - visitem os blogues deles, porque vale muito a pena
(embora eu tenha ficado terrível, as outras não ficaram melhores. Quando tiver mais, mostro)
Muitas de vocês já leram em artigos de revistas o que os jornalistas dizem sobre mim e sobre o meu blogue. Sabem que existem jornalistas bons, e outros que pegam pelos podres. Sabem quem eu sou pelo que vão lendo. Mas eu quero contar-vos. Quero que saibam, por mim, quem eu penso ser (ainda que possa não corresponder a quem o sou realmente - a nossa visão de nós próprios nunca é tiro certeiro).
Desde mínima que adoro meninices (mesmo que a minha mãe não use pinga de maquilhagem, nunca tenha pintado o cabelo e não ligue nada a estas coisas - saio à minha avó e à minha madrinha, pelo que me diz). Comecei por vestir barbies e por me abonecar toda (adorava! Ficava pindérica e divertia-me imenso) - claro que não saia à rua como queria - sempre tive uma mãe com discernimento para não me deixar fazer figuras tristes quando era mais nova).
Fui deixando a moda de lado, para me dedicar às mil actividades que me preenchiam o dia (já fiz de tudo e adorei cada coisa - não foi perda de tempo: ajudou-me a construir quem sou). Levei mais a sério algumas coisas - a música (estudei piano e harpa) e o ballet ocupavam as minhas horas livres do colégio (para quem já leu nas notícias, era um colégio da Opus Dei, sim, mas NUNCA me senti obrigada a tomar parte da obra nem nunca niguém fez pressão nesse sentido. É um colégio muitíssimo bom onde tive as melhores professoras que poderia ter desejado, por isso não liguem a tudo o que ouvem).
Os anos foram passando e as Vogues e Elles (e companhia limitada) enchiam os armários e a minha imaginação. Adorava aquilo. Eram os meus momentos felizes, de liberdade, quando folheava os editoriais magníficos! Comecei a fazer rascunhos de roupa e, felizmente, tenho uma avó que é óptima costureira e que tem muita paciência para mim. Eu desenhava, a minha avó costurava (e ensinava-me como podia).
E os dias passavam-se e eu queria fazer parte deste mundo de tecidos e modelos e criatividade! Não lia muitos blogues na altura (ou nenhum) - passava de vez em quando pelo blog da Cherry Blossom Girl - por isso, não fazia ideia que havia por aí raparigas a percorrer o mundo com o blogue.
Houve um momento da minha vida que marcou o início do meu blogue. Corro o risco de expôr a minha vida um pouco aqui, mas como o Pedro Crispim disse, e eu sublinho, uma coisa são questões pessoais, outras são questões íntimas.
A minha relação de dois anos com aquele que ainda é, passados mais de três, o meu namorado, acabou (achava eu que de vez - nunca acreditei em acabar uma relação para voltar a começar... mas a vida às vezes é assim). Achei que era altura de fazer alguma coisa por mim. Uma pequena parte de mim (a parte de miúda parva - nunca me considerei uma miúda parva, mas tenho momentos em que duvido sinceramente disso =P) achava que ele ia perceber que não era assim tão importante na minha vida. Outra parte via no blogue uma libertação nunca antes alcançada.
Punha muito esforço e dedicação nos meus posts (para quem já leu os primeiros, sabe que não eram posts pretensiosos. Eu via coisas que me chamavam a atenção, pesquisava mais sobre elas, e punha-as aqui).
Entretanto, surgiu o concurso que ia mudar o rumo das coisas! A revista Elle (internacional) e a Nokia juntavam-se para levar uma correspondente (blogger) à semana da Moda de Nova Iorque. Quem me acompanha sabe que me meto em tudo! Concursos ligados à moda - PAPO TUDO =P. Podem achar chato porque a maior parte não ganho, mas nunca desisti de fazer aquilo que gosto de fazer e nunca vou desistir só porque já muitas pessoas me disseram “passamos a vida a votar, já ganhaste alguma coisa?” - já ganhei tanta coisa... já aprendi a ouvir nãos e isso é uma aprendizagem que não tem preço. Talvez seja o que me irá levar mais longe (sim, porque eu não estava habituada à palavra NÃO. E custou, das primeiras vezes...).
Fui passando etapas do concurso e fiquei na penúltima etapa, em sexto (ou quarto??) lugar. Não ganhei (NÃO), mas mandaram-me um mail pessoalmente a explicar que era muito nova ainda e que voltasse a concorrer. Achei que este mail era um não muito educado, e agradeci a gentileza que me dedicaram.
No entanto, em Portugal as coisas eram diferentes. Ao que parece, ganhar um quarto (ou sexto?) lugar era importante e CHOVERAM (chuva miúda para muitos, um temporal para mim) entrevistas, artigos e afins. O meu blogue começou ao contrário, portanto. Primeiro a imprensa, depois os leitores (quando comecei tinha umas 40 ou 50 almas caridosas que passavam os olhos pelo Allure).
Nunca tive vergonha disto. Muito pelo contrário. Sei que foi a minha persistência nos concursos e o meu trabalho que me levaram à imprensa. Foi ter acreditado quando absolutamente mais ninguém acreditou (não tenciono fazer-me de Calimero - embora seja um pinto muito amoroso - , mas em minha casa a ideia da moda não era bem vista (para não dizer pior) e valeu-me algumas discussões, mas foi assim que soube que era isto que queria, por isso não me arrependo de as ter tido nem desejava que tivesse sido de outra maneira.
O meu blogue tornou-se algo mais, e vê-lo crescer tem sido um privilégio (mas um privilégio muito trabalhoso). Uma coisa é por posts de looks, que traz muitos leitores porque as pessoas têm cada vez menos paciência para ler - aposto que por agora já devo estar aqui sozinha, mas não vos censuro - e o mundo online tem de ser muito visual. Outra coisa é escrever e pesquisar e TRABALHAR as coisas que me interessam, de modo a que também vos interessem. A prova de que tenciono trabalhar cada vez mais para o meu blogue é o Editorial com as tendências de Verão de que vos falei (e do qual já puderam ver o backstage e a primeira parte).
E onde é que eu quero ir com o blogue? Porquê todo este trabalho? Primeiro, porque sim. Porque sou teimosa e não faço nada em que não queira pôr todo o meu esforço e dedicação. Não funciono a meio gás. Segundo, porque ADORO escrever, ADORO partilhar as coisas inspiradoras que vejo, ADORO a ideia de poder inspirar alguém. Terceiro, e aqui atirem pedras à vontade, porque esta é a minha maneira de construir currículo na área da moda. Não é a única maneira, porque estou a trabalhar na Fashnpolis (que é uma comunidade de moda), mas é a maneira que me dá mais gosto e que é mais pessoal. O próximo passo é um curso de Styling. Seguem-se certamente mais cursos (possivelmente de confecção e marketing), mas tem de ser tudo com calma, por duas razões. Uma: porque estou a estudar e a trabalhar, o que me deixa pouco tempo livre; duas: porque tudo isto custa dinheiro e eu não ganho para poder fazer cursos sempre que me apetece.
Entretanto, vou continuar a chatear tudo e todos para conseguir ir a eventos, ver desfiles e trabalhar, vou continuar a vir aqui todos os dias falar convosco (a minha família virtual) e vou continuar a beber o chocolate quente (que já está frio).
Adorei partilhar esta história convosco, e preciso da vossa ajuda minhas queridas. Quero melhorar este espaço (e já tenho algumas ideias). Mas será que o quero tornar rentável? Digam-me de vossa justiça. E lembrem-se que sei aceitar nãos, por isso sejam sinceras e não tenham medo de ferir os meus sentimentos (pessoas honestas precisam-se! E críticas construtivas também. Não têm de escrever em anónimo, porque é preciso muito para me ficar sentida com alguém e não vou certamente ficá-lo convosco, as pessoas que perderam tempo a ler o que escrevi.
Espero que tenham um óptimo final de Domingo.
Da vossa,
Allurette
(como vêem, trato-vos a vocês como a mim, porque quem escreve não seria ninguém sem quem lê).
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